sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Casa nova! Novidades!!!

Adorámos os seis meses que passámos aqui mas estamos de partida para outra casa.
Estamos à vossa espera em:

                     http://amoraconversa.blogs.sapo.pt/

domingo, 16 de agosto de 2015

O teu lugar

Chegaste de mansinho e sem que eu desse conta! Quando dei por ti já não sabia viver sem a tua presença!

Foste aproximando, ganhando um espaço único, que eu desconhecia que estava guardado para ti.

Estiveste ao meu lado sempre, quando gritava por ti mas principalmente quando a vergonha de te chamar se sobrepunha à vontade que tinha de te ter ao meu lado.
Nunca esperaste pelo me apelo. Aparecias e não arredavas pé até achares que podias ou devias.

Tornaste te na minha fortaleza mas também no meu companheiro de palhaçadas e tontices.
Contigo posso partilhar todos os disparates que me passam pela cabeça sem receio da critica ou do olhar "não digas isso que parece mal". Criámos uma linguagem nossa e ao teu lado descobri que existe um mundo novo sem qual eu não quero ficar.
´
Juntos rimos até nos doer a barriga sem qualquer vergonha.
E os nossos olhos já dizem  mais que a nossa boca.

Ainda bem que apareceste!
Hoje sei que o mundo não teria a mesma cor se não estivesses comigo e não tenho dúvidas que este recanto é teu!



domingo, 2 de agosto de 2015

Enredo

Desde miúda que se habituara a ler romances de cordel e apesar de saber que estas histórias só existem no papel, lá no fundo, bem escondido e secreto vivia a esperança de um dia viver um amor arrebatador!

Nunca tinha tido coragem de mostrar a ninguém a sua grande colecção de livros e folhetins, muitos deles oferecidos pela tia avó que lhe incutiu o gosto pela leitura.
Sabia que não tinha mal nenhum mas não conseguia deixar de sentir uma pontinha de vergonha e de achar que se iriam rir e achá-la ridícula.

Não se iludia no dia a dia mas naqueles momentos, embrenhava-se naquele mundo paralelo e permitia-se viajar, divagar e até por instantes ser umas das personagens que conhecia tão bem como se se tratassem de suas amigas de infância.
Vivia cada livro com todas as suas emoções e sensações.sem se prender ao que achava certo ou errado. Permitia-se a muito mais do que alguma vez o fizera na vida a cores.

Já se tinha envolvido em alguma relações, umas mais conseguidas do que outras e neste momento até estava numa chamada fase boa mas mesmo assim não conseguia por de lado as vidas que a faziam sair da sua. Por vezes tinha a sensação que estava a trair a sua história, como se o facto de ler os seus romances fosse um protesto sobre o que estava a viver. Mas acreditava que não, na realidade sentia-se muito bem na sua pele. Encontrara alguém que a compreendia, que a preenchia e com quem tinha vontade de partilhar sonhos e projectos.

Mas a ideia de largar os seus amigos de papel assustava-a, era como se senti-se em casa cada vez que abria um dos seus livros, mesmo os que estavam forrados para que ninguém se apercebe-se do que estava a ler.



A tarde já ia alta quando tocaram à campainha e deixaram um embrulho à porta. Intrigada, começou lentamente a desdobrar o papel colorido que cobria um caderno e uma caneta, sentia que estava a viver uma das cenas que tanta vez lera e relera.
Soltou uma gargalhada enquanto lhe corriam as lágrimas pela cara. Não viu quem lhe deixara a prenda mas também não precisava, sabia perfeitamente!

Na primeira página, ele rabiscara:
"Para criares o nosso romance de cordel!"

Agora sim, seria a protagonista desta história, com muitas páginas por escrever!

domingo, 19 de julho de 2015

Confiança

Foste justificando as tuas atitudes com os ciúmes, como se estes desculpassem tudo! Claro que não desculpam! Não te iludas mas principalmente não me iludas!

Dei-te todas a oportunidades possíveis e imaginárias para de uma vez por todas te libertasses dessas paranóias mas nenhuma foi suficiente.
Será que tens a noção de como me fazias sentir? Vigiada, controlada, sufocada.
Muitas foram as vezes que me senti como se estivesse dentro de uma redoma sem um friso para poder respirar.

Porque é que nunca acreditaste que se estava contigo era porque te amava mas acima de tudo era porque queria?

Apresentavas o teu espectáculo, dizias todos os impropérios que te vinham à cabeça e depois quando caias em ti imploravas pelo meu perdão.
Se realmente estivesses arrependido não necessitarias de andar sempre a justificar-te, não precisarias de esquemas para descartar a culpa que sentias!



Vinhas com a treta de quem ama tem ciumes. Mas onde é que raio é que isso faz sentido?!?!?!
Quem ama cuida, confia, preocupa-se mas acima de tudo respeita!
Nada que tu tenhas feito!
Invadiste, intrometeste-te, hesitaste e desconfiaste!

Olha agora aonde isso nos levou! Ao que mais receavas, à nossa separação!
E ao contrário do que sempre me acusaste, não foi por outro, foi apenas para me libertar de ti e desse amor que dizias sentir.

O melhor que tens a fazer agora é seguir com a tua vida e deixares de acreditar nas fantasias que a tua imaginação cria.

Eu seguirei com a minha, sempre segura do que sinto e de com quem quero estar e confiar cada vez menos em dito populares!

domingo, 12 de julho de 2015

Contigo

Ai o que era de mim sem te ter ao meu lado e sentir o teu abraço todos os dias? 

Que faria eu se não me pudesse descansar no teu olhar de conforto?

Que mulher me teria tornado se não me sentisse amada incondicionalmente por ti?

Contigo sinto-me capaz de enfrentar e dominar o mundo como se tivesse uma capa de super mulher e conseguisse voar! Não tenho medos nem receios, só vontade e coragem para ser feliz!
Ao teu lado descobri que para amarmos temos de aprender a deixar que os outros nos amem!




Juntos, entrámos numa montanha russa de emoções, sensações e descobertas e seguimos juntos nesta viagem até onde o nosso amor nos levar.

Agora sei que não preciso de muito para me sentir completa. Apenas de ti, do teu ombro, do teu colo.
Das doses imensuráveis de paciência e do apoio inquestionável. Das gargalhadas, dos hábitos e dos segredos só nossos!

A vida contigo mostrou-me que na simplicidade do nosso dia a dia, é que está a nossa riqueza e essa não tem preço!

domingo, 5 de julho de 2015

Mudança

Ensinaste-me que somos o que sentimos!

Na minha cabeça tinha uma ideia muito organizada e vincada de quem queria ter ao meu lado. Com que tipo de homem queria passar e partilhar a minha vida.
Sempre o procurei e algumas vezes o encontrei e na verdade nunca funcionou...

Nunca parei muito para pensar o porquê das minhas relações não funcionarem, fui atribuindo as responsabilidades a factores alheios, onde cabem uma imensidão de motivos e desculpas.

Mas a falha nunca seria dos pretendentes escolhidos. Já na adolescência me sentia atraída por homens intelectuais, sérios, rectos, com metas e objectivos muito bem definidos. Todos que fugissem destes critérios não sequer dignos da minha atenção.
Acreditava que com alguém assim ao meu lado tinha tudo para ser feliz e conseguir fácilmente atingir os meus sonhos e ser uma grande mulher de sucesso! Alguém que fosse respeitado e que fosse visto como um exemplo de mulher de carreira!

Muitas foram as vezes em que os meus amigos se divertiram à custa das minhas relações, chamavam-nos muitas vezes de casal robot, de tão cinzento que éramos.

Agora chegaste tu... e baralhaste e deste a volta a tudo que eu tinha como tão seguro.

Ainda me lembro, da primeira de vez que te vi. Completamente despenteado, de t-shirt e calções e ainda com areia nos pés. E eu ali, com o meu fatinho a tentar dar uma imagem descontraída num almoço de trabalho numa esplanada à beira da praia.

Olhaste para mim e riste-te como se nos conhecemos desde sempre e com isso desconstruíste-me.
Aproveitei para ficar a trabalhar por ali o resto da tarde mas na realidade não conseguia tirar os olhos de cima de ti.
Até que te sentaste e me perguntaste se alguma vez tinha experimentado dar um mergulho de fato.

Nunca mais te larguei e todos os dias ensinas-me que a vida é tão mais do que sonhamos e projectamos.
A nossa existência não se pode resumir a planos feitos em base quadrada e linhas rectas e é fantástica se a vivermos a cores!
Aprendi que nem sempre o que achamos ser o melhor para nós, é o que nos faz realmente feliz.

Mais, descobri que, apesar de preferir mergulhar com biquini, à falta de melhor o meu fato cinzento serve perfeitamente.



terça-feira, 16 de junho de 2015

O caminho

Cometemos o  maior erro de quem ama, ou de quem se julga amar.

Querer moldar o outro e achar que as pessoas mudam.

E isso não faz mesmo qualquer sentido.

Se me apaixonei pelo que és, porque raio te quero mudar? Se me amas, o que realmente te importa é a minha felicidade, mas não será hipocrisia, querer que a minha felicidade se baseie na tua vontade?

Fazemos juras de amor e promessas daqui até à Lua mas na verdade, se o caminho  até à Lua não passar na minha rua, vai ser difícil arranjar tempo para lá ir.

Atenção que isto não é uma critica ao teu comportamento, é apenas uma chamada à realidade. À nossa realidade, porque não me excluo desse plano de auto-satisfação embrulhado em papel altruísta.

Não duvido que gostemos um do outro, mas chamar lhe amor, possivelmente é demasiado ambicioso e auspicioso.

Adoramos proporcionar o melhor que temos um ao outro mas honestamente e claro inconscientemente, fazemo-lo à espera de terminada reacção. 

Mais do que isso, concebemo-lo na expectativa da devolução nas medidas que nos servem que nem uma luva.

E isso está errado? Provavelmente não.

Acredito que está nos nossos genes e no nosso subconsciente, que faz parte deste ser estranho que é o Homem.

Agora cabe-nos decidir o que queremos fazer com este conhecimento.

Podemos manter-nos juntos e conscientes que o percurso daqui até à Lua é um beco sem saída ou cada um vai procurar no seu mapa a rua que nos levará até lá.

Eu comprometo-me a começar a registar as rotas se tu indicares os percursos.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

É hoje

Eu sei que a tradição manda que seja ele mas como a tradição já não é o que era!

Não tenho dúvidas de que é isto que eu quero, ou melhor que é com ele que quero dividir tudinho na minha vida.

Até sermos velhinhos e passarmos as nossa tardes nas nossas cadeiras no alpendre a ver os netos a brincar. Não consigo imaginar o cenário com outra pessoa que não ele.

Sim, estou lamechas mas este é o efeito que ele tem em mim.

Arrebatou-me, enfeitiçou-me e apoderou-se dos meus desejos, anseios e sonhos! Então agora que me aguente, para sempre!

Já consigo imaginar a cara dele… Nem vai acreditar!

Vai me dizer “quem devia fazer isso era eu”!!!


Não quero saber! Hoje, noite de Santo António, à porta da Sé quem se vai por num joelho e fazer o pedido sou eu! Mas po vou trocar o anel por um manjerico!


terça-feira, 9 de junho de 2015

Desde sempre

Estás na minha vida desde que existo!

Sempre foste o meu melhor amigo, o meu confidente, o apoio e o meu conforto. 

Tantos Verões que ficámos de papo para ar a dizer disparates e tantas Invernos a devorar filmes.
Estiveste nas primeiras saídas à noite, nas primeiras férias sem pais. Partilhámos segredos intocáveis e na maioria das vezes já nem precisávamos de falar. Criámos uma linguagem própria com os nossos olhos.

Inúmeros, foram os momentos em que nos encobrimos e usamos o outro como justificação para saídas secretas. Para os nossos pais, desde que estivessemos juntos, podíamos ir até à Lua, que não havia problema.

Usei o teu colo para carpir os meus desaires amorosos e fui a primeira a sentenciar quem te fazia sofrer.

Nunca tivemos tabus nem rodeios na forma como falávamos mas tenho de admitir que neste preciso momento estou cheia de vergonha e garantidamente tão corada como quando tinha 10 anos e percebias que te estava a esconder alguma coisa.






Não sei como te dizer, que ontem, pela primeira vez te vi como um homem.
Soou estranho, não foi…

Eu sei, para mim também!

E pior, amei o que vi… Como é que é possível que de um momento para o outro, tudo o que sempre te contei de como me tinha sentido nos primeiros encontros, esteja a viver contigo! CONTIGO!!!! 
Foi como se uma campanhia soasse num som estridente!

Simultâneamente, penso no tempo que perdi à procura do que sempre esteve aqui! Bem à frente dos meus olhos! A minha vida inteira!

Não sei como vais receber a noticia mas peço-te que penses nela com carinho e com calma.
Com a mesma calma que tiveste quando me ajudaste a andar de bicicleta sem rodinhas...



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Saída

Vou-me embora! Sem berros sem nem confusões!

Já chega! Eu sei que tu não acreditas, no teu lugar também não acreditaria. Já o disse tantas vezes e nunca fui.

Mas desta vez vou mesmo.

Tornei-me na tua empregada de limpeza, cozinheira, motorista e moça de recados. Sou tudo menos o que sempre desejei ser, tua mulher, tua companheira.
Sempre fiz tudo para te agradar, para que vivêssemos bem mas nunca foi suficiente para ti, encontravas sempre um defeito, uma critica e foste me fazendo acreditar que tinhas razão.

Dediquei-me a esta família, a esta casa como se fosse uma missão.

Olho para trás e tento encontrar dentro de mim a resposta do porquê ter aguentado viver adormecida mas ainda não consigo chegar ao motivo.

Talvez o tempo me ajude a entender mas agora também não interessa, acordei e quero me ir embora.

Garanditamente irão questionar-me sobre o que aconteceu. E eu irei responder nada. Nada que já não tivesse acontecido, fui coleccionando respostas tortas, caras fechadas, humilhações. A de hoje foi a última que me ofereceste

Não sei o que será de ti e como vais sobreviver, sentado na tua poltrona a mandar e a ser servido, a ter tudo feito sem que tivesses de fazer por isso.

Habituaste-te a descarregar a tua frustração e pequenez em mim, a única pessoa que se preocupava contigo.

Vou buscar as minhas coisas e sei que o teu orgulho vai gritar: "Vai, desaparece!"mesmo que no fundo te estejas a sentir desesperado.

E eu irei e desaparecerei.

Sairei por aquela porta com uma serenidade desconhecida mas que já mais abandonarei!



quinta-feira, 28 de maio de 2015

As voltas

Ao passar à porta da sua velhinha escola deixou escapar um sorriso. 

À muito que por ali não passava e aquele tempo parecia-lhe tão distante como se de outra vida de se tratasse.

Para alem de ter sido feliz naquele espaço, a ela devia o momento que estava a viver.

Fora lá que se conheceram no rebuliço dos 15 anos. Começara como outros tantos romances de escola, amigos comuns, intervalos juntos, muitas trocas de olhares envergonhados até que ele se encheu de coragem e a convidou para sair. Daí ao namoro foi um pulinho e de repente a vida ganha outras cores, tudo é vivido com a intensidade e urgência que a idade exige.

Mas a vida dá muitas voltas e algumas delas trazem novos amores e por consequência caminhos diferente.

Numa altura da vida em que tudo se torna facilmente num drama, a separação até foi pacifica. Perderam o contacto mas só ficaram as recordações boas.

Viveu tudo aquilo novamente ao percorrer aqueles muros e questionou a miúda de então se naquele último dia, alguma vez lhe passou pela cabeça, o que ainda lhes estaria reservado.

A vida continuou a dar voltas e quando menos previam tornou a encontrá-los.





Casualidades que nada têm de casuais…

Numa fila de espera de um multibanco, do multibanco de sempre, na rua de sempre…

A alegria do reencontro levou-os para o tal tempo longínquo mas sem a vergonha para um convite para um café.

Que bom revê-lo! Sempre achara que tinha sido uma enorme tolice terem perdido a convivência já que na realidade nunca se tinham chateado mas fora assim que acontecera e cada um seguira o seu caminho e tinha as suas bagagens e sem ninguém para as partilhar.

Desta vez não iam cometer o mesmo erro, queriam-se na vida um do outro e o facto de já não terem 15 anos fazia disso uma certeza.


A escola ficara trás mas o sorriso mantinha-se, estava ansiosa para ver no que esta volta ia dar!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sentidos

Era capaz de reconhece-lo numa meio de um mar de gente em tempo digno de record!
Identificá-lo-ia de olhos fechados sem ter de recorrer aos outros sentidos!

Pressentia-o junto a si mesmo não o vendo. Era como se um alarme disparasse dentro do seu peito, sempre que estivessem a partilhar o mesmo espaço.


Tinha noção que não fora sempre assim, mas anos de partilha e história conjunta fizeram desenvolver o que ela chamara de 7º sentido. A capacidade de o sentir na sua plenitude.
Ele ria-se, costumava dizer que ela devia era ter uma costela de feiticeira. Mas lá no fundinho sabia bem que ela tinha razão até porque era mutuo. O calor que sentia no coração quando ela surgia era inexplicável, ou melhor, só era justificável num grande amor e em muito anos de cumplicidade.


Tinham finalmente encontrado o rumo depois de muitas discussões, encontros e desencontros. Muitas foram as vezes em que colocaram os pesos na balança. Não significava que não gostavam um do outros mas eram tão rebeldes e cheios de razões e vontades que por vezes o orgulho se sobrepunha a tudo o resto.

Aprenderam juntos que o caminho se faz caminhando e não de constantes desvios.

Hoje as coisas eram diferentes, mais serenas, menos paixão mas muito mais amor.

Amor que gera o reencontro no meio da multidão!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Certezas

Sempre fui senhora do meu nariz!

Eu decido, eu quero, eu faço!
Nunca gostei de dar satisfações, muito menos justificar as minhas decisões.

Até que apareceste e geraste um turbilhão na minha vida mas principalmente dentro de mim!

Com a mesma velocidade de um furacão e envolvência de uma brisa quente.

Mostraste-me que não faz mal mudarmos rumos e convicções petrificadas na nossa cabeça que na realidade já nem nos lembramos porque as defendemos.

Descobri que podemos dar a mão, deixarmo-nos levar e transformar o pânico de não ter o controlo total em serenidade de estar lado a lado.

Achava-me com tantas certezas e agora apaixonei-me por ter interrogações que me conduzem para uma imensidade de outras opções.

Agora sei que as pernas tremem, o coração dispara, que sentimos saudades de quem saiu de ao pé de nós à 10 min, que melhor do que cuidarmos de nós é cuidar de quem está connosco. Que somos muitos mais do que julgamos conhecer.


 Que a vida não é estática e que a felicidade está no que não dominamos!


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Amor

Os meus amigos dizem que sou maluca ou ingénua.

Para mim os malucos são eles!

Acredito no amor e nos seus efeitos! Mas atenção que estou a falar de amor verdadeiro, não da paixão louca que tem tanto de intensa como de fugaz! 
Muito menos das relações que se mantém porque sim!

Sei que o amor cresce, nos transforma e reinventa! 

É a única razão pela qual se dá a volta ao mundo a correr sem se cansar apenas para conseguir o sorriso de quem se ama!


Não tenho dúvida, que pelo amado, transformamos medo em coragem, fraqueza em valentia e egocentrismo em altruísmo!

Leva ao expoente máximo as nossas qualidades e os nossos sonhos ultrapassam os limites que alguma vez a nossa mente sonhou em atingir.

Sei que nem tudo é perfeito, não sou maluca nem ingénua, mas qual a serventia de sentirmos tristeza e desanimo se não temos um colo onde possamos descansar e recolher forças?

 Para que atingir grandes êxitos e sucessos se não tivermos com quem festejar?

De que nos serve um coração repleto de emoções e sentimentos se não os  podermos dividir, partilhar e multiplicar?

domingo, 29 de março de 2015

Histórias de encantar

Os príncipes encantados são muito bonitos mas nos livros infantis!

Nunca acreditei e principalmente nunca esperei que viesse algum no seu cavalo branco para me salvar.

Para mim, é só conversa fiada para vender fantasias que na prática não existem.

As coisas são muito simples, conheces alguém que até te agrada e que gosta de ti e juntaste, esperando que corra bem! Não vais andar á procura de uma imagem de perfeição que nasceu na cabeça de alguém, que decidiu juntar as qualidades de todos num único! Sem falhas, com valores e valentia capaz de enfrentar um dragão!

Por favor, aonde é que isto já se viu?!?!?!

Porque é que nos livros, o príncipe não deixa a roupa espalhada pelo chão, não vai à bola com os amigos e na maioria das vezes não entende o que a Cinderela quer?
Isso sim, é a vida real! Não é boa nem má, é a realidade!
Enchem-nos a cabeça de fantasias cor de rosa, de carruagens feitas de abóboras e sapatinhos de cristal mas quando crescemos, ninguém nos dá o mapa para encontrar o caminho para o pais das maravilhas!




Depois a quem pedimos contas? Que preço tem a nossa desilusão? A que ombro vamos chorar até nos rendermos às evidências da vida?

Grande maldade, é o que é! E depois não vale a pena remoer que o tempo não espera nem se compadece com lamurias!

Só nos resta fechar a última página destes maravilhosos livros malditos e acordar.

Por nós mesmas, claro!

Porque se ficamos à espera do beijo....uf....

quarta-feira, 25 de março de 2015

Ao teu lado

Tudo na nossa vida faz sentido e leva-nos a algum lugar.

Hoje, com a distância necessária, entendo que tive de vivenciar todas as minhas histórias para poder chegar ao que tenho.
Vivi com trastes que não mereceram nem um décimo da minha atenção e do meu amor e fui de pobres desgraçados que deveriam ter tido melhor sorte quando me escolheram.

Mas na realidade, se assim não fosse, não nos teríamos encontrado e apercebido que a vida faz sentido em toda a sua amplitude se estivermos juntos.

Cada relação foi iniciada com a esperança que este é que seria o tal e iríamos viver um conto de fadas, ter muitos filhos e viver muito apaixonados até sermos velhinhos.

Muitas foram as vezes que me apaixonei mais por esta ideia do que pelo homem. A cada relação terminada, a sensação de frustração aumentava e a esperança de viver, não um grande amor, mas o MEU amor, diminuía.

Admito que nem sempre fui a mais apaixonada e dedicada namorada mas nunca foi propositado nem uma tentativa de vingar todos os fracassados que me afectaram.
É que por vezes, quando nos envolvemos, envolvemo-nos e pronto, sem grande motivação mas também sem grandes motivos para não o fazer e agarrados à expectativa do nunca se sabe.

Hoje sei que és tu! Não tenho qualquer dúvida que finalmente estou a viver mais do que sonhei e imaginei ser possível. E que consigo ter esta certeza depois de tudo o que vivi antes de teres entrado na minha vida.



A teu lado, posso ser eu em toda a plenitude, com todos os meus defeitos e qualidades. 
Tenho direito de ser frágil e o dever de ser forte!
Posso rir, posso desatar a chorar e melhor ainda posso ficar calada. E é tão bom poder estar ao teu lado calada, apenas estar...

Junto de ti sou um eu melhor, que nem sabia que exista. 

Felizmente que a minha história me levou a ti!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Apenas meu

Nos dias em que acordo mais cedo do que tu, gosto de ficar a olhar-te.

Seguir as curvas que te formam o rosto, percorrer a linha dos teus olhos, reconstruir os contornos dos teus lábios. Descobrir pormenores, que mesmo passado tanto tempo juntos, surgem do nada e me fazem apaixonar cada vez mais por ti.

Às vezes desconfio que também estás acordado... Sinto que estás envolvido naquele bocadinho em que te desfruto.

Na maioria das vezes são, no máximo, cinco minutinhos antes do dia acordar mas tornaram-se tão imprescindíveis como todas as horas despertas que passamos juntos.

Naquele momento és só meu e todo o resto não interessa. Tento não me mexer e respirar baixinho para não quebrar a tranquilidade em que estás e prolongar ao máximo a oportunidade de ser egoísta e te ter só para mim.
Sinto-me arrebatada pela intensidade do amor que sinto por ti e histérica por tudo o que ainda temos por viver e partilhar. E deixo-me ficar ali, só a olhar-te...






Sei que vou continuar a espreitar-te quando dormes, redesenhando-te vezes sem conta. Que entusiasticamente vou encontrar novos detalhes na tua face e que vou amá-los com toda a força que o coração sente.


Quando me dizes que te sentes um sortudo por me teres e eu te respondo, "pois és", na realidade o que eu quero dizer é "a sortuda aqui sou eu por me teres escolhido".

quinta-feira, 12 de março de 2015

Marioneta

Tive de te largar para me resgatar!
Para voltar a saber quem sou e mais importante,quem quero ser!

Nunca te interrogaste aonde íamos nesta relação! Eu sei que não! Desde que não levantasse muitas questões e claro, me mantivesse sempre disponível para as tuas vontades e desejos, iríamos continuar a viver este pseudo-amor. Eu chamaria-lhe hábito, acomodação ou como dizia o cantor, "e eu sou melhor que nada"...

Para mim chega! Sabia que no dia que em que nos questionasse, estaria tudo acabado. Assumo que muitas foram as vezes em que fechei os olhos para não ver o que estava ali à minha frente
ou na tentativa tola de acreditar que as coisas iriam mudar e que era possível voltar a sentir algo que há muito desaparecera.

Passo os olhos para as nossas fotos e vejo nos como se de estranhos se tratassem. Aonde ficaram aqueles dois?

Habituámo-nos a cruzar no corredor como se fossemos mais um móvel ali especado! Com a garantia de que dali não sai.

Pois fica sabendo que eu saio! Fartei-me de ser uma peça de decoração, ou melhor, um utensílio de cozinha! De ser quem não quero! Mais, de ser quem tu queres!
Acho que já nem tu sabes quem és! Tornaste numa personagem fria e sinistra e quiseste transformar-me na tua marioneta. Digo o que tu desejas ouvir, movimento-me ao teu belo prazer e fico imóvel quando te fartas.

Não me consigo lembrar, por maior esforço que faça, do que me apaixonou em ti e me fez querer passar o resto da vida contigo.

Quando em miúda, ouvia os adultos dizerem, que passa-se uma vida inteira ao lado de uma pessoa e no final nunca a conhecemos, não conseguia entender o que é que isso significava. Como é que se gostava e vivia com alguém e depois não conhecemos? Essa ideia, na minha cabeça de menina sonhadora, era disparatada.

Hoje, cada palavra desta frase ecoa na minha cabeça como se de um sino se tratasse!
Mas também descobri que o o tal final é quando quisermos e eu quero hoje!

Já!



segunda-feira, 9 de março de 2015

Maria Morena

Está perguntar-me se eu gostava de ter vivido um romance? Oh minha querida, quem não gostaria... Mas sabe, quando há pouco dinheiro, muitas dificuldades e filhos para sustentar, o romance fica para outra vez.

Eu até tive muita sorte, casei com o homem que escolhi e ainda hoje é muito meu amigo.

O nosso casamento foi muito bonito. Pobrezinho, é verdade mas ninguém ficou sem comer e beber. Não tivemos as modernices todas que existem agora, nem uma fotografia para a lembrança, o meu vestido não era comprido, com cauda e véu e o fato dele era o de domingo. Mas lá casámos.

Se fui feliz? Fui... à nossa maneira mas sim, acho que fomos e que ainda somos!

Sabe, lembro de ainda ser jovem e às vezes ler às escondidas as fotonovelas que muito de vez enquanto dava para comprar e sonhava que era uma daquelas raparigas, com aquelas roupas chiques que elas usavam. Normalmente, haviam sempre dois pretendentes muito bem parecidos que lutavam para ver quem ficava com ela! E era como se por um bocadinho, vivesse outra vida que não a minha e tivesse a oportunidade de ver coisas que nem conhecia. Não me recordo do nome da personagem mas havia uma que eu gostava muito, era médica e tinha uns cabelos muito compridos com uns caracóis muito grandes loiros!

Olhe lá para mim, está a imaginar-me loira e médica?!?! Ai meu Deus, só isto agora para me fazer rir!

Mas rapidamente tinha de acordar e voltar a ser a Maria de cabelos castanhos pelos ombros. Havia sempre tanta coisa para me fazer despertar e rapidinho. Nem queira saber a trabalheira que seis crianças davam, principalmente quando tinha de fazer tudo à mão, que não havia cá estas máquinas de agora. A roupa era lavada no tanque e seca ao sol, a comida era feita em dois tachitos e uma frigideira e olhe lá... que havia muita gente que nem isso tinha.

Acha que no meio disto tudo, nos lembrávamos de ser românticos, acha? O meu homem saia de casa ainda de noite e quando voltava, na maioria das vezes já eu e os miúdos dormíamos.

Era assim, que remédio. Como é que nos governávamos se não fosse assim.

Eu ainda trabalhei fora de casa durante uns tempos mas tive de parar que as crianças andavam sozinhas o dia todo. Para além de que o almoço e o jantar não se faziam sozinhos, nem as meias conheciam o caminho até à caixa de costura.

Hoje, reformados, com os filhos criados e os netos a chegar já fazemos um bocadinho mais de companhia um ao outro, damos uns passeios depois de almoço, falamos sobre as noticias, sobre os miúdos... Mais eu, que ele não é de muitas falas. Nunca foi.

Mas eu sei que ele é muito meu amigo.
E diga lá, há melhor coisa que isso?

Ainda hoje gosto de ver as novelas mesmo que agora já não sejam em papel. E às vezes ainda sonho em ser a médica dos cabelos loiros.

Mas olhe, se quer que lhe diga, depois olho para o meu pretendente e acho que a louraça é que ia gostar de ser aqui a Maria morena!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Bailarico

Se estivesse nos tempos de escola era tão mais fácil. Pedia a uma amiguinha para lhe entregar uma folhinha de cheiro com a pergunta mágica.

Mete uma X no           certo. Queres sair comigo?
       Sim
       Não
       Talvez

Ou então escreveria na porta da casa de banho A+M= Love forever e esperava que alguém lhe fosse contar.

Mas os tempos de escola já tinham acabado e as folhinhas já tinham perdido o cheiro. Foram apresentados por um amigo comum num bailarico lisboeta na noite de Sto. António e por entre majericos, sardinha assada e dezenas de pessoas, os seus olhos insistiam em se cruzar num ritmo constante. Provavelmente levados por uma coragem movida a sangria sentaram-se na soleira duma porta, a dissertar sobre as dúvidas e as certezas da vida. Como se se conhecessem desde o minuto um das suas histórias.

Numa noite em que não há horas, o relógio parou só para eles. Choraram a rir e riram de chorar.
As mãos tocavam-se por intuição enquanto se revelavam segredos nunca antes escutados. E o mais engraçado é que ela nem queria ir à festa… Não era que não gostasse deste tipo de festejo, bem pelo contrário, mas estava cansada e apetecia-lhe ficar quieta. Mas quando se tem os amigos na entrada do prédio ou sim ou sim.

Sabia que era um pensamento piroso mas na sua cabeça pairava a ideia e o sensibilidade, de que, efectivamente, TINHA de ir aquela festa! E claro que nunca mais iria duvidar das graças do Sto. António.
Nos primeiros raios de sol, trocaram números de telemóvel, acreditando que tudo o que viveram na noite passada não poderia ser só efeito de um ou outro copito a mais.





Recostada no sofá, dava voltas e voltas à cabeça, para inventar a forma brilhante de usar o número que tinha recebido. Não queria ligar e fazer figura de tola, no caso de ele não ter sentido o mesmo, muito menos fazer cobranças por já terem passado quase 24h e ele não ter dito nada. Mas também sabia que não podia simplesmente fingir que nada acontecera e quem sabe deitar à rua a oportunidade de ser verdadeiramente feliz.

Perdeu a conta ao número de vezes que agarrou e soltou o telemóvel e que escreveu e apagou mensagens.

Decidiu larga-lo novamente na esperança de serenar e com toda a calma do mundo tentaria escrever alguma coisa. 
Mas mais tarde, agora não.
O som do aparelho a cair na mesa misturou-se com o bip da mensagem recebida.

Pelo menos um deles já sabia o que escrever passado 24h.

Mete uma X no           certo. Queres sair comigo?
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     Talvez