Ao passar à porta
da sua velhinha escola deixou escapar um sorriso.
À muito que por ali não
passava e aquele tempo parecia-lhe tão distante como se de outra vida de se
tratasse.
Para alem de ter sido
feliz naquele espaço, a ela devia o momento que estava a viver.
Fora lá que se conheceram
no rebuliço dos 15 anos. Começara como outros tantos romances de escola, amigos
comuns, intervalos juntos, muitas trocas de olhares envergonhados até que ele
se encheu de coragem e a convidou para sair. Daí ao namoro foi um pulinho e de
repente a vida ganha outras cores, tudo é vivido com a intensidade e urgência
que a idade exige.
Mas a vida dá
muitas voltas e algumas delas trazem novos amores e por consequência caminhos
diferente.
Numa altura da
vida em que tudo se torna facilmente num drama, a separação até foi pacifica.
Perderam o contacto mas só ficaram as recordações boas.
Viveu tudo aquilo
novamente ao percorrer aqueles muros e questionou a miúda de então se naquele
último dia, alguma vez lhe passou pela cabeça, o que ainda lhes estaria
reservado.
A vida continuou
a dar voltas e quando menos previam tornou a encontrá-los.
Casualidades que
nada têm de casuais…
Numa fila de
espera de um multibanco, do multibanco de sempre, na rua de sempre…
A alegria do
reencontro levou-os para o tal tempo longínquo mas sem a vergonha para um
convite para um café.
Que bom revê-lo!
Sempre achara que tinha sido uma enorme tolice terem perdido a convivência já que
na realidade nunca se tinham chateado mas fora assim que acontecera e cada um
seguira o seu caminho e tinha as suas bagagens e sem ninguém para as partilhar.
Desta vez não iam
cometer o mesmo erro, queriam-se na vida um do outro e o facto de já não terem
15 anos fazia disso uma certeza.
A escola ficara
trás mas o sorriso mantinha-se, estava ansiosa para ver no que esta volta ia
dar!